quarta-feira, 9 de março de 2011

Professor(a)!

Publicado pelo Movimento: TODOS PELA EDUCAÇÃO


09 de março de 2011

Opinião: O desafio da sala de aula
''Os alunos não querem super-homens, nem enciclopédias ambulantes, mas profissionais que saibam motivá-los ao conhecimento, que os façam pensar'', diz Valmor Bolan
* VALMOR BOLAN

Menos profissionais estão procurando a sala de aula, segundo pesquisas recentes, especialmente do ensino fundamental e médio. Ser professor está ficando uma profissão cada vez mais desvalorizada socialmente, primeiramente pelos baixos salários, pelo estresse de ter de enfrentar uma sala de aula muitas vezes com um número elevado de alunos, com acústica precária, e problemas constantes de disciplina.

Os especialistas debatem sobre o que fazer para tornar a carreira do magistério atrativa, nos dias atuais. De qualquer forma, apesar dos desafios existentes, há aqueles que mantêm a perseverança e assumem a sala de aula com criatividade, e até entusiasmo, porque ser professor é acima de tudo uma vocação e missão, que, levadas a sério, produz ótimos resultados.

É preciso se espelhar naqueles que vêm encontrando soluções criativas para o exercício da atividade. Mas para isso, primeiramente o bom professor é aquele que prepara bem as suas aulas. Tem conteúdo, proposta, didática, pedagogia, e metodologia de trabalho. Uma boa parte tem dificuldade de superar os inúmeros problemas que vão surgindo no dia-a-dia, mas mesmo assim há sempre uma ou outra liderança que motiva que dá o exemplo, e surpreende até na forma como se dedica para dar o melhor de si em sala de aula.

É certo que os problemas vão se acumulando, situações de impasse que às vezes se tornam agudas. Mas o fato é que, pela experiência própria, um professor que prepara bem a sua aula e procura elevar a sua auto-estima e encontrar uma dosagem adequada de bom humor consegue superar as adversidades e alcançar um desempenho satisfatório. Os alunos não querem super-homens, nem enciclopédias ambulantes, mas profissionais que saibam motivá-los ao conhecimento, que os façam pensar, e que percebam como é importante saber das coisas, saber fazer links com as coisas, enfim, ter uma mente aberta e ágil, com uma sensibilidade que permita discernimento e percepção da realidade.
Se o governo quiser deixar sua marca, que faça o investimento certo para garantir o melhor atrativo ao magistério, com professores mais preparados e comprometidos com a sua atividade, com as salas de aulas, com os alunos. Os adolescentes e jovens estão ávidos por bons professores. Os que se preparam, passando provações, mas consegue se tornar um profissional de respeito descobre então que o problema não está somente no sistema, mas que cada um pode, dentro do seu próprio dinamismo, encontrar as forças de que precisa para dar conta da sala de aula.
Precisamos resgatar a auto-estima dos professores, darem-lhes aquela injeção de ânimo, com melhor remuneração e formação, para que realmente a Educação seja prioridade.
(*) É doutor em Sociologia.



Fonte: Gazeta de Alagoas (AL)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Para pensar...

EDUCAÇÃO NA MÍDIA _ Movimento Todos pela Educação

03 de março de 2011
OPINIÃO: A DESILUSÃO DO SISTEMA EDUCACIONAL DO SÉCULO XXI
''A Educação não precisa de reforma, mas de uma revolução'', afirma Luísa Galvão Lessa

O Sistema Educacional, no Brasil, é muito antiquado, não atende as necessidades dosalunos e da sociedade. Para começar, a Escola iguala todos os alunos, ela não procura saber a realidade e o nível de aprendizagem de cada um. O ambiente Escolar não proporciona uma aprendizagem significativa e esquece que cada aluno é um mundo a ser descoberto e explorado.

Essa atual realidade é uma decepção. Sonhei que no século XXI os jovens seriam solidários, empreendedores e amariam a arte de pensar. Mas muitos vivem alienados, não pensam no futuro, não têm garra e projetos de vida. Promovem arruaças, em via pública, e vão à Escola por obrigação. professores e alunos vivem juntos, durante anos, dentro da sala de aula, mas são estranhos uns para os outros, não se conhecem, não conhecem suas famílias.

Eles se escondem atrás dos livros, das apostilas, dos computadores, deles mesmos. A culpa é dos ilustres professores? Não! A culpa é do Sistema Educacional doentio que se arrasta por séculos. Um sistema que jogou o professores na vala do esquecimento, do desprestígio, do pouco apreço.

Esse sistema do século XXI alimenta estudantes marginais, que furtam os colegas dentro das salas de aula. Não penaliza aqueles que fazem arruaças nos arredores das Escolas, insultam velhos e crianças, famílias, fazem sexo em via pública, como animais, sem que as autoridades lhes dêem a devida punição.

Não há uma guarda Escolar capaz de encaminhar os alunos para suas casas, ao término das aulas, eles ficam perambulando pelas ruas, sujeitos a má sorte, a cometer delitos da mais variada natureza. E são jovens que estão sob a guarda do Constituição Federal para receber Educação de qualidade...

Contrariamente ao passado, neste século XXI, o conhecimento se multiplicou, as Escolas se expandiram como em nenhuma outra época, mas não estão formando jovens criadores de idéias, jovens que traçam metas e objetivam cumpri-las e sendo capazes de enfrentar seus obstáculos para alcançá-las.

É por isso que os alunos perderam o prazer de aprender, a Escola deixou de ser uma aventura agradável para ser um"martírio" onde "ninguém aprende mais nada.

Todavia, a Educação Escolar ainda é um espaço privilegiado para crianças, jovens e adultos das camadas populares terem acesso ao conhecimento científico e artístico do saber sistematizado e elaborado. A Escola é o espaço onde se encontra a maior diversidade cultural e também é o local mais discriminador.

Tanto é assim que existem Escolas para ricos e pobres, de boa e má qualidade, respectivamente. Por isso trabalhar as diferenças é um desafio para o professor, por ele ser o mediador do conhecimento, ou melhor, um facilitador do processo ensino-aprendizagem. A Escola em que ele foi formado e na qual trabalha é reprodutora do conhecimento da classe dominante, classe esta, que dita as regras e determina o que deve ser transmitido aos alunos.

Mas, se o professor for detentor de um saber crítico, poderá questionar esses valores e saberá extrair desse conhecimento o que ele tem de valor universal.

É preciso, então, neste século XXI, que a Escola se torne atraente, motive o jovem a freqüentá-la, que os pais acompanhem os filhos. Que os filhos respeitem os pais, osprofessores, a Escola, as famílias, os colegas, a sociedade, os valores morais. Que os jovens desejem melhorar o mundo, não desabem, ao contrário, no sub-mundo do crime, roubando, furtando, assaltando, tudo em nome da menor idade.

O país precisa mudar, a sociedade necessita exigir ações enérgicas do Governo. Afinal, desejamos um mundo harmônico, onde todos possam viver, trabalhar, conviver em paz.

A Educação não precisa de reforma, mas de uma revolução. A Educação do futuro precisa formar pensadores, empreendedores, sonhadores não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos.

DICAS DE GRAMÁTICA

EM FUNÇÃO DE QUÊ? -Tornou-se comum a expressão em função de em frases como "cheguei atrasado em função do trânsito" ou "ele morreu em função de uma pneumonia". No entanto, em função de significa finalidade e não causa. Se cheguei atrasado foi por causa do trânsito e se ele morreu foi em virtude da pneumonia. Certo é dizer: "ele vive em função do dinheiro", ou seja, ele vive para o dinheiro, com a finalidade de ganhar dinheiro.

PARA AGRADAR GREGOS E ROMANOS - Expressar-se corretamente é também enriquecer o vocabulário. Dos idiomas grego e latino procedem palavras que, muitas vezes, são sinônimas entre si: contraveneno e antídoto, oposição e antítese, transformação e metamorfose, moral e ética, rei e monarca, fim e epílogo. As primeiras vieram do latim. As outras, do grego.

Luísa Galvão Lessa – É Pós-Doutora em Lexicologia e Lexicografia pela Université de Montréal, Canadá; Doutora em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; Membro da Academia Brasileira de Filologia: Membro da Academia Acreana de Letras
Fonte: A Gazeta (AC)

terça-feira, 1 de março de 2011

A Escola ensina errado! V

A Escola ensina errado quando não se vê muitos leitores e escritores por aí. Na Igreja, quantas pessoas se arriscam para ler uma leitura da Bíblia? Poucas. Por quê? Porque a Escola não ensina a ler. A Escola ensina a timidez, a Escola valoriza o aluno quieto, calado. A Escola valoriza aquele aluno que não se expõe. Normalmente na Igrega a gente vê aquele jovem, aquela jovem que a gente sabe que sabe ler e escrever. Mas quando convida-o, convida-a para ler. Ele/ela se recusa por timidez.

Quantos escrevem? Quantos expressam uma opinião? Quantos escrevem para mobilizar a massa? A Escola não produz escritores. A Escola produz copiadores de textos. Agora com o advento do teclado virtual nem isso a Escola produz direito. Os alunos estão se recusando a fazer as atividades. Não querem mais copiar textos do quadro.

Conheço casos de alunos que passam mais de um mês sem copiar uma linha em seu caderno. A Escola está ensinando errado.

Breno José de Araújo
Ibirité - Minas Gerais

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A Escola ensina errado! IV

Eu sei que vou causar polêmica ao dizer que a Escola ensina errado. Preciso esclarecer algumas coisas.

Quando eu falo de Escola. Não falo de uma escola em específico. Não falo de um professor em específico. Não falo de uma disciplina. Falo da ESCOLA! Da Instituição. Falo de um Sistema Educativo montado pelo Estado, de forma histórica e contextualizada.

Essa ESCOLA é composta pelos seus profissionais. Pelas Instituições de Formação Docente. Pelos governos Federal, Estadual e Municipal. Pelos Gestores públicos e privados. Pelas pesquisas e pesquisadores educacionais. Pelo Conhecimento socialmente elaborado ao longo da história. Pelo fazer mesmo, cotidiano, de cada estabelecimento de ensino. Pelos alunos. Pelas famílias. Pela comunidade. Pela Cultura. Por toda a sociedade. Por tudo o mais que possa interferir na Instituição Escola.

Falo de seu produto. A Escola está produzindo analfabetos funcionais. Nas avaliações externas o resultado é sofrível. Os níveis de evasão e repetência são altíssimos! A Escola brasileira não é uma Escola de qualidade.

O que pretendo quando digo que a Escola ensina errado, não é desancar a instituição. Pelo contrário, quero fomentar o debate. Quero contribuir com uma reflexão do fazer pedagógico. Há muita coisa boa sendo feita no interior das escolas, por profissionais comprometidos, que não são ouvidos. Acho que um dos motivos porque a escola ensina errado é porque quem pensa e gerencia a escola não entende nada do fazer pedagógico. Pensa que para uma Escola existir basta uma sala de aula e um giz. Por isso que se constrói escolas sem espaços para outras atividades. Escolas precisam de biblioteca, sala de vídeo, pátio coberto, auditório, sala de reuniões, depósito de materiais pedagógicos, locais amplos para arquivar documentos, muito mais espaço do que as escola atuais contam hoje em dia.

Pela precariedade e pelas péssimas condições atuais em que são submetidos seus profissionais a escola acaba ensinando errado.

A Escola ensina errado! III

Aprendi a ler e a escrever. Faço uso da leitura e da escrita. Ler, eu até leio muito, agora escrever, eu escrevo pouco. Por quê? Porque a escola não me ensinou a escrever.

A escrita da escola é cicunscrita a apenas a seus próprios exercícios. O ensino de Língua Portuguesa se baseia apenas de se saber uma gramática, ou melhor, um recorte da gramática descontextualizada.

O que se escreve? Para quem se escreve? Por quais motivos? Quais são os portadores de textos? São as perguntas que não se fazem na escola.

Sabe porque eu falo que a escola ensina errado? É porque se você pedir a um aluno para reler o que ele mesmo escreveu, ele se recusará. Virá com uma pergunta desconcertante: "Para quê?" Em sua trajetória escolar ele nunca precisou corrigir o próprio texto, isso nunca lhe foi solicitado.

A escola ensina errado quando solicita para o aluno fazer trabalhos em suas diversas disciplinas e o professor que os recebe não os lê. Simplesmente dá um risco de alto a baixo significando que "passou o olho". Avalia a capa, a aparência do trabalho e dá a nota por isso. Se o trabalho tiver a "aparência" de limpo e mais ou menos no formato esperado, recebe uma boa nota. Do contrário, recebe uma nota menor.

Assim, acabou de ensinar ao aluno que não é necessário ler o que se escreve. O aluno aprende que escrever é apenas copiar palavras e frases fora do contexto, no final basta dar uma boa aparência na capa para receber uma boa nota. A escola assim, ensina errado.

Ultimamente, os alunos não se dão ao luxo nem de dar uma boa roupagem ao trabalho. Já arrancam folhas do próprio caderno, com rebarba e tudo, grampeiam e entregam ao professor. Este aceita, passivamente o trabalho. Ensinou errado!

Não dá para culpar os alunos. Eles estão aprendendo, errado!

O problema é quando aparece na frente desses alunos alguns poucos profissionais comprometidos que querem fazer um bom trabalho. Não vão encontrar nos alunos uma boa receptividade. Vão sempre dizer a ele: "para quê isso?" Professor, a culpa não é deles, seus professores anteriores o ensinaram a agir assim.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Escola ensina errado! II

A Escola ensina errado. Essa afirmação pode trazer polêmica e raiva contra a minha pessoa. Mas, é o que eu penso. Sou Pedagogo, formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, trabalho em escola pública desde o ano de 1995, ou seja, tenho 15 anos de experiência.

Escolhi trabalhar em escola porque gostei de minha trajetória escolar enquanto aluno do Fundamental ao Médio. Fiz o Ensino Médio duas vezes (Contabilidade e Magistério). Lembro-me que quando estudava nos anos iniciais eu refletia sobre o que significava a escola, o que era e o que fazia. Lembro-me muito bem de prestar atenção ao que as professoras falavam entre si sobre o processo de alfabetização. Antes que eu fosse à escola fui apresentado à leitura através de meus tios que liam revistinhas em quadrinhos para mim, em casa. Quando aprendi a ler, eu passei a ler essas revistinhas até a decorar o texto e enjoar deles querendo mais.

Li todos os livros didáticos que tinha dos anos anteriores. Começei a escrever redações e escrever com gosto. Lembro-me de ter participado de um concurso de redação sobre o meio ambiente. Lembro-me de ter perguntado à professora sobre o resultado do concurso. Lembro-me dela não ter resposta para me dar. Lembro-me e agora reflito que a Escola ensina errado quando se produz para nada. Quando se escreve uma redação e ela cai num limbo. Pode até ter uma motivação inicial mas, depois, não há uma continuidade. A Escola ensina errado quando não dá continuidade em nada. De uma atividade pula-se para outra e para outra e outra. Uma atividade não complementa a anterior, não retoma, não acrescenta ou muito menos conclui. A Escola ensina errado! Vou desenvolver melhor a ideia nos próximos posts.

Breno José de Araújo
Ibirité - Minas Gerais

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A Escola ensina errado!

Engana-se quem pensa que os alunos não aprendem nada na escola. Engana-se quem pensa que a escola não está ensinando. Engana-se quem pensa que os alunos não absorvem contéudos na escola.

Os alunos aprendem sim! Eles aprendem sim o que a escola ensina.

O problema é que a escola ensina errado!

Os alunos conseguem chegar até ao nono ano ou ao terceiro ano do ensino médio sem saber escrever direito, sem saber normas gramaticais, sem saber escrever um texto intelegível.

Por que? Porque a Escola ensinou isso a eles. A Escola ensinou a eles que não precisam ler seus próprios textos. Ensinou a copiar, por copiar. Ensinou a não ouvir as pessoas. Ensinou a serem individualistas. Ensinou a desconsiderar as pessoas.

Não adianta por a culpa nos alunos. Foi a escola que ensinou isso.

Desenvolverei melhor essa ideia no próximo post.

Breno José de Araújo